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Benefícios das áreas verdes urbanas na saúde respiratória: Evidências de um estudo no Sul do Brasil

Por Flavia Ranieri


Uma das tendências para o desenvolvimento urbano sustentável é o aumento de espaços verdes nas cidades. Recentemente, deparei-me com um estudo interessante que aborda a questão da saúde respiratória em relação a essas áreas verdes urbanas. A pesquisa analisou 397 municípios do estado do Paraná, na região Sul do Brasil.



Os pesquisadores buscaram entender se as infraestruturas urbanas verdes, conhecidas como UGI (do inglês "urban green infrastructure"), podem fornecer benefícios diretos para a proteção da saúde respiratória. Para isso, eles selecionaram 15 características relacionadas à saúde, socioeconomia e meio ambiente, utilizando dados públicos de fontes como o censo brasileiro, o Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Trânsito e o Instituto Paranaense de Água e Terra.


Os resultados do estudo mostraram que as áreas verdes urbanas, especialmente aquelas destinadas à conservação da biodiversidade, têm um efeito positivo na redução das taxas de hospitalização por doenças respiratórias. A análise revelou uma correlação inversa entre as taxas de hospitalização e os índices de biodiversidade das áreas verdes. Em outras palavras, os municípios com maior biodiversidade em suas áreas verdes apresentaram taxas mais baixas de hospitalização por doenças respiratórias.


Além disso, o estudo comparou dois índices de UGI: um relacionado às árvores de rua e outro relacionado à área de unidades de conservação da biodiversidade por habitante dentro dos limites do município. Surpreendentemente, o índice de biodiversidade mostrou estar mais fortemente relacionado à proteção da saúde respiratória do que o índice de árvores de rua.


Uma análise de agrupamento revelou também que as variáveis socioeconômicas de baixa renda e biodiversidade estavam mais associadas às taxas de doenças respiratórias do que outras variáveis consideradas. Isso indica que questões ambientais e de saúde respiratória estão interligadas com fatores socioeconômicos, como renda e infraestrutura de saneamento.


Estudo como esse ressaltam a importância das áreas verdes urbanas na promoção da saúde respiratória e fornecem apoio para o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem a criação e preservação dessas áreas, não apenas como um meio de conservar a biodiversidade, mas também como uma estratégia eficaz para reduzir as taxas de hospitalização por doenças respiratórias. Além disso, é importante considerar as disparidades socioeconômicas ao implementar essas políticas, a fim de garantir que os benefícios das áreas verdes sejam alcançados por todas as camadas da população.


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